De certa forma isso esta durando mais tempo do que eu imaginava, como os relatos passados contam, tenho mais nove meses pra arrumar tudo isso. Porém, há uma parte de mim que espera que a profecia se cumpra. Outra tem medo, admito. Creio que a melhor coisa a se fazer é aguardar e ver o que o destino reservará.
O estômago de fato dói, o tempo escorre e o espaço aumenta. Xícaras de café e cigarros tornam a madrugada mais fácil de tolerar.
O álbum de fotografias cai de minhas mãos quando percebo que este ciclo é vicioso e estou preso as tramas tempo onde curiosamente eu sou meu próprio carrasco.
Um carro passou na rotatória, onde será que ele vai estas horas da noite?
Lembro-me das opções que posso fazer, penso nas consequências e fatores em cadeia. Outra xícara.
Isqueiro. Cigarro. Trago.
– Você não tinha parado de fumar? – Pergunta o Balconista.
– Aqui fora é permitido, você sabe – Respondi sem mover o olhar para ele.
– Você sabe que não foi isso que perguntei – Disse o balconista indo em direção a um cliente que entrara pela porta automática.
Pego o álbum.
Praia, fotos submarinas, calçadão, agarradinho.
A palavra ‘agarradinho’ vaga pela minha mente, fazia tempo que não a ouvia, ou dizia ela a alguém. Seria um ato inútil, ninguém mais a entende. Ao menos não seu real significado.
Devo fazer algo.
Não tenho mais contato, não do modo que eu queria ter. Devo emitir um sinal no espaço. Isso! Um sinal de forma sutil.
Mas como? Não há modo de enviar uma mensagem para o espaço sem que ela seja interceptada.
Já sei! Easter-Eggs.
– Amigo! Mais um expresso. Por favor.
“I hate to do this, you leave no choice, can’t live without her
Love me or hate me we will be both standing at that altar
Or we will run away to another galaxy, you know
You know she’s in love with me, she will go anywhere I go”
Rude – Magic!