Você já provou um Freegels sabor maracujá? Já sentiu o doce gosto do maracujá derretendo em sua língua e passando pequenos fragmentos para suas papilas gustativas? Provavelmente sim, e é para você que este texto é dedicado.
Pra ser mais exato, este texto é dedicado para todas as pessoas que não gostam de Freegels Maracujá, e também para as que as vezes provam por engano.
O dia estava ensolarado como nunca, haviam jovens correndo no pátio da escola, alguns grupos juntos no canto da quadra e outros sentados ao sol, provavelmente conversando sobre coisas de jovens.
Eu estava nervoso naquele dia, tinha escovado os dentes como nunca, passei na cantina, ao lado do banheiro e contei as moedas. Quatro moedas de cinquenta centavos.
– Quero aquele – disse apontando.
O atendente me estendeu um pacote amarelo (Eu acho. O daltonismo sempre me pregou peças). Freegels Maracujá Choc, dizia a embalagem em letras decoradas.
Mais do que depressa estava com uma bala na boca, sentia o doce gosto pela boca, infelizmente o efeito relaxante do maracujá não sortia efeito em meu corpo. Meu coração acelerava como um motor em final de Fórmula 1, minha vista varria o pátio em busca de sua silhueta. Não estava lá, pensei. Não viera hoje, conclui.
Em poucos segundos tive minha conclusão refutada, ela saira junto com as amigas pela porta principal, vestia uniforme da escola, jeans e um converse all star.
Sorriu pra mim.
Coração parou.
Havia eu morrido na noite anterior para me encontrar com um anjo? – Pensei.
– Oi – disse ela com seu espontâneo jeito meigo.
– Oi – respondi brevemente.
– Vem cá, vamos conversar – disse ela, sempre com mais atitude.
Fomos para um canto do pátio onde não seríamos incomodados, e não sem motivo, visto que era apenas um corredor vazio e pouco movimentado que dava para a saída.
Chegamos. Isolados do mundo, nada podia nos afetar. Encostou as costas na parede fria e olhou para mim. Eu sabia o que fazer.
Dobrei um pouco as pernas e pude vê-la mais de perto, sorria como nunca, seus olhos brilhantes olhavam diretamente nos meus. Os meus fascinados varriam sua face como se pudesse catalogar cada centímetro daquela princesa.
Beijo doce.
Em milésimos ela se afasta como se estivesse espantada.
– É maracujá? Disse ela.
– É. Não gosta? – Retruquei.
– Na verdade não. – Respondeu rindo.
Em poucos segundos a bala inteira já estava em meu estômago.
– Problema resolvido – Disse rindo.
Naquele momento tinha certeza que seria com ela que ia me casar.
“E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz”
Eduardo e Mônica – Legião Urbana