Segundo muitos, a definição de “conceito” é algo que a mente concebe ou entende: uma ideia ou noção. Alguns diriam que é uma representação geral da realidade. Nem sempre conceitos param em pé na prática, algumas vezes os conceitos vivem melhores alegres e felizes no campo da imaginação.
Dentre todos os conceitos que permeiam nossa sociedade, o conceito que mais me intriga é o de par romântico hollywodiano, que na maioria das vezes beiram o ideal, e como todos nós sabemos, o “ideal”, assim como seu amigo “conceito” é um carinha que vive muito feliz no campo da imaginação.
Ainda falando de conceitos… Vamos para um filme romântico onde um homem despretensiosamente se senta em um banco de frente para o mar e uma linda mulher (também despretensiosamente) puxa assunto com ele. Um corte seco joga o espectador para uma cena aérea de um quarto, onde os dois acabaram de transar e estão combinando o que farão no jantar.
Este é o conceito ideal de par.
Para mim a mulher conceito é uma mistura cataclismica da Natasha do Capital com a musa descrita nos versos de “Linda, Louca e Mimada” do Oriente.
Te faz se sentir vivo, te faz querer mudar com ela para bem longe por apenas algumas horas e se mudar novamente horas depois.
É a moça bonita da praia de boa viagem das letras de Alceu Valença. Acorda quando quer e vive alegre as tardes de um domingo azul. Colore os dias cinzas e te deixa marcas inesqueciveis.
Te faz ao mesmo tempo perder o fôlego com seu corpo escultural e com suas palavras de amor. Declara poemas proíbidos e versos para o futuro. Logo na sequência te traz para a realidade em uma transa espetacular.
A mulher conceito deita no seu peito e te conta dos seus sonhos e fantasias. Te convida a viajar para bem longe assim como o coelho convidou Alice para o Pais das Maravilhas.
Ela te faz refletir e recalcular o que realmente importa na sua vida. Pergunta se você trocaria sua realidade estável pela alegria inexplorada enquanto olha no fundo dos seus olhos. Não pergunta, quase convida.
Aparece misteriosamente na sua imaginação em uma terça-feira a tarde e começa a te olhar nos olhos, te beija e tira a roupa rapidamente antes de ser dissolvida pela realidade.
Rouba suas músicas, momentos e lugares preferidos, rouba não, sequestra e esconde atrás do corpo com as duas mãos, em um ato como quem diz: “Vem pegar”.
A mulher conceito te faz colocar em cheque todas as coisas que você viveu e construiu, afinal: “Só temos uma vida né?” – Ela diz.
Ela instiga, provoca e te convida a jogar tudo para o alto com um sorisso inconsequentemente safado no rosto.
Será que a mulher ideal existe? Ou é apenas um conceito?